Helsinki - IV

Roupa já não faz diferença nenhuma. Se ontem (ainda que as mensagens chegarão aí todas ao mesmo tempo) falei sobre o professor Tere e a idéia da redução ao absurdo do conceito de propriedade intelectual, hoje aplico a mesma idéia a questão do vestuário. Faz tanto frio, mas tanto frio (e olha que sou gaúcho macho lá das margens do Taquari, onde a bagualada não se assusta com qualquer ventinho...), que não há roupa que segure a onda. Assim, por redução ao absurdo, a roupa na Finlândia é uma mera convenção social, como no resto do mundo com a excessão de Copacabana. Isto explica a mania que os Finlandeses têm de correr de uma sauna à quase 70 graus centígrados para sair rolando na neve. Eles abstraíram este conceito vago de temperatura - ou sensação térmica. Mas já estou filosofando...

Com o final das reuniões, ainda que eu fique na sede da Kepa até segunda (na terça sigo para Frankfurt a convite do Ralf Nolden, do KDevelop), a equipe já começa a preparar suas conclusões com as quais trabalharemos pelos próximos três meses.

Sinceramente, quando aceitei este trabalho ocupando as dez horas semanais que me restavam - trinta são relativas ao meu trabalho junto à UNIVATES - eu não imaginei que teria que esticá-las por noites e finais de semana afora. Assim, fica aqui o reconhecimento público à minha mulher e filhas que desde sempre aceitaram o fato de que o "trabalho do papai é meio esquisito" e à UNIVATES, que sempre permitiu que eu usasse seus recursos (sala, acesso à Internet, etc...) mesmo nas
horas em que eu não estava trabalhando diretamente para ela, reconhecendo que trabalhos como este que faço agora também representam um retorno direto para a instituição. E já que estou trazendo tudo à tona mesmo (ô saudade!), tenho que deixar um agradecimento e um carinho especial para a Josi, minha secretária e GNURIA, que tem cuidado da minha agenda e de mim de uma forma muito especial, com carinho e profissionalismo.

Uma das conclusões às quais chegamos é que há ainda muito mais trabalho a ser feito. Especificamente no caso da América Latina, ainda preciso levantar mais dados sobre a infraestrutura de informática e comunicações de todos os países (história da tecnologia da informação, acesso a telefonia, distribuição de rádios, TVs e tudo o mais). Qualquer informação que puderem passar para contribuir para a pesquisa eu agradecerei muito (Rodolfo Pilas e Diego Saravia, copiei vocês neste e-Mail e mando os outros relatórios para vocês em seguida para que
tenham a seqüência - meu relatório inclui agradecimentos especiais a vocês dois). A idéia em resumo, é determinar formas de alcance de informações livres que podem "saltar" da Internet para outros meios, associando a infraestrutura, de uma maneira geral, às propostas que estão sendo criadas, e reconhecendo que há muitos problemas que tem que ser resolvidos mesmo antes que o software livre (ou qualquer outra tecnologia da informação) tenha condições de começar a causar algum impacto (eu trouxe a pirâmide das necessidades de Maslov para a mesa e ela acabou ficando...).



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